ATA DA QUINTA SESSÃO ESPECIAL DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURAM E, 17.10.1996.
Aos dezessete dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e vinte e sete minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os vinte e cinco anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, de acordo com o Requerimento nº 163/96 (Processo nº 2478/96, de autoria da Mesa Diretora e aprovado pelo Plenário. Compuseram a Mesa: o Ver. Isaac Ainhorn, Presidente desta Casa, o Senhor Flávio D’ Almeida Reis, Diretor Presidente das Faculdades Integradas Ritter dos Reis, a Senhora Hélvia Krieger dos Reis, Diretora da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, o Desembargador Tupinambá Nascimento, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, o Senhor César Santolin, representante do Senhor Governador do Estado, o Deputado Estadual Divo do Canto, representante da Assembléia Legislativa do Estado, o Professor Francisco Jardim, Presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Estado e o Major Érico Barcelos Camargo, representante do Comando Geral da Brigada Militar. Como Extensão de Mesa, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Luiz Carlos Levenzon, representante da Ordem dos Advogados do Brasil e do Senhor José Itamar Nunes, Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade Ritter dos Reis, saudando, também a presença das Professoras Alice Polachini, Diretora da Faculdade de Educação Ritter dos Reis, Eneida Krieger dos Reis e Nanci dos Reis, Vice-Diretoras da Faculdade de Direito Ritter dos Reis. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino Nacional. Em prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Isaac Ainhorn, pelas Bancadas do PDT, PC do B, PPS e PST, teceu considerações sobre os vinte e cinco anos da faculdade de Direito Ritter dos Reis, ressaltando que os mesmos representam a consolidação de um projeto, idealizado pelo professor Romeu Ritter dos Reis. A Vera. Maria do Rosário, pela Bancada do PT, discorreu à respeito da formação que trabalha com a dimensão humana, que é o caso da Ritter dos Reis. O Ver. Luiz Braz, em nome das Bancadas do PTB e PMDB, citou o nome de alguns professores que tiveram grande importância em sua vida como ex-aluno dessa Faculdade. O Ver. Reginaldo Pujol, pelas Bancadas do PFL e PPB, falou da qualidade do ensino dessa Instituição, salientando a seriedade da mesma. O Ver. Antônio Hohlfeldt, em nome da Bancada do PSDB, parabenizou a Faculdade Ritter dos Reis, reconhecendo o espaço importante que ocupa na formação cultural e educacional de nosso Estado. Em prosseguimento, o Senhor Presidente fez a entrega de uma obra de poesias, cujo título é “Porto Alegre à Beira do Rio e do Meu Coração”, para integrar o acervo da biblioteca da Faculdade. Logo após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Flávio D’ Almeida Reis, que agradeceu a todos os presentes nesta Sessão, relembrando alguns episódios da história da Faculdade. Às dezoito horas e cinqüenta e dois minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente encerrou a presente Sessão, agradecendo a presença de todos e convidando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Isaac Ainhorn e Reginaldo Pujol sendo secretariados pelo Ver. Reginaldo Pujol. Do que eu, Reginaldo Pujol, 2ª secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após ser distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): Estão abertos os trabalhos da 5ª Sessão Especial, destinada a homenagear os 25 anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, por uma iniciativa da Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Convidamos para integrar a Mesa o 1º Secretário da Casa Ver. Reginaldo
Pujol; o Diretor-Presidente das Faculdades Integradas Ritter dos Reis Dr.
Flávio D’ Almeida Reis; a Srª Diretora da Faculdade de Direito Ritter dos Reis
Drª Hélvia Kruger dos Reis; o SR. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral.
Desembargador Tupinambá Nascimento; o Sr. Representante do Governador do Estado
Dr. César Santolin; o Deputado Estadual Divo do Canto, representando a
Assembléia Legislativa; o professor Francisco Jardim, Presidente do Sindicato
das Escolas Particulares do RS; e o representante do Comando-Geral da Brigada
Militar Major Érico Barcelos Camargo.
(O Sr. Presidente lê os telegramas de congratulações pela realização da 5ª Sessão Especial.)
Convidamos todos os presentes para ouvirmos, em pé, a execução do Hino
Nacional Brasileiro.
(O Hino Nacional é executado.)
Dando seguimento a esta Sessão Especial destinada a homenagear os vinte
e cinco anos de fundação da Faculdade Ritter dos Reis, comunicamos que falarão
este Presidente, em nome das Bancadas do PDT, PC do B, PPS e PST, a Vera. Maria
do Rosário em nome da Bancada, do PT, o Ver. Reginaldo Pujol pelas Bancadas do
PFL e PPB. Estamos aguardando a presença do Ver. Antônio Hohlfeldt, que deve
falar em nome da Bancada do PSDB.
Nós convidamos, neste momento,
o Ver. Reginaldo Pujol, Secretário desta Casa, para que assuma a Presidência
dos trabalhos a fim de que este Vereador possa fazer o seu pronunciamento.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo
Pujol): É
com satisfação que assumo a Presidência dos trabalhos desta Sessão destinada a
homenagear os 25 anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis.
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.
O SR. ISAAC
AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores.
(Saúda
componentes da Mesa e demais presentes)
A Câmara Municipal de Porto Alegre não poderia estar ausente dos atos
alusivos à comemoração dos 25 anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, bem
como das Faculdades Integradas Ritter dos Reis. São 25 anos, um quarto de
século, e as instituições são construídas através da memória construída no
curso do tempo. Há pouco, quando ingressávamos aqui, no Plenário desta Casa,
mostrávamos às nossas autoridades, aos convidados, o cartaz alusivo aos 223
anos da Câmara Municipal de Porto Alegre, uma das mais antigas instituições
político-administrativas do Estado brasileiro e ali mostrávamos a presença da
foto da Câmara Municipal de Porto Alegre no ano de 1937, ao lado do Theatro São
Pedro, no mesmo perfil arquitetônico do Theatro São Pedro, onde hoje
encontra-se o prédio do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul,
ali, na Praça Marechal Deodoro, mais conhecida como Praça da Matriz. Duzentos e
vinte e três anos da Câmara; 35 anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis.
Com que luta, com que história se chegou a esses primeiros 25 anos dessa
instituição, eu acredito os mais difíceis, que eles têm também o antecedente do
projeto da construção da idéia de criação de uma faculdade. A Faculdade de
Direito Ritter dos Reis está aliada ao nome daquele que foi o seu idealizador e
que leva o seu nome, Professor Romeu Ritter dos Reis, a quem eu tive a honra de
conhecer muito antes, de, novamente, me encontrar com ele lá na Faculdade de
Direito Ritter dos Reis, primeiro no Colégio La Salle e, após, no seu prédio
próprio, construído depois de algum tempo, já fruto dessa luta e dessa
continuidade de trabalho, de determinação e perseverança. Na realidade, os
primeiros 25 anos representam a consolidação de um projeto que, a partir deste
momento, tem uma continuidade e um prosseguimento consideravelmente mais
tranqüilo e marcha no seu caminho seguro, responsável, equilibrado para a
construção da Universidade Ritter dos Reis. Temos, na Cidade de Porto Alegre,
hoje, dentro deste projeto maior, a Faculdade de Arquitetura, de Educação, de
Letras; a de Fisioterapia ainda não, mas está no projeto. Tenho certeza de que
na cabeça e na mente de seus continuadores está presente a construção deste
complexo universitário, feito da perseverança, da determinação, buscando no
trabalho a fonte dos recursos para a construção desse projeto. Todos nós sabemos
dos caminhos difíceis para a consecução de um projeto educacional dessa
envergadura, iniciado por um homem de fé, um homem que dedicou a sua vida à
educação. Eu o conheci e sempre manifestava uma marcha singular, este que foi o
construtor e o idealizador deste projeto: o princípio do respeito ao pensamento
dos outros. Era uma linha de posicionamento desse homem Romeu Ritter dos Reis.
O respeito aos pensamentos dos outros, e
considerava a sua faculdade um espaço para que os seus professores, com
a sua responsabilidade pessoal, externassem as suas convicções e os seus
posicionamentos. É esta a imagem que guardo deste homem, cuja imagem está toda
ligada aos vinte e cinco anos da Faculdade de Direito Ritter dos Reis.
Recordo-me, não no período já fácil de instauração do regime do estado de
direito e das plenas liberdades de direito, mas no período em que a lei era a
vontade do soberano, do príncipe que poderia, com um simples ato
discricionário, decretar a intervenção, ou fechamento de uma instituição educacional,
que os professores que ingressavam nessa Faculdade não precisavam apresentar
atestados ideológicos de qualquer espécie. Essa foi a marca, o princípio do
Prof. Romeu Ritter dos Reis, cuja história da sua vida confunde-se com a
história de um projeto educacional.
Eu o conheci antes da Faculdade; eu o conheci lá no colégio Educacional
Júlio de Castilhos, onde eu e o Flávio de Almeida Reis éramos contemporâneos do
curso clássico. Pelo perfil dos professores, pela qualificação davam aquele
colégio a qualidade de uma faculdade na década de 40, 50,60. Recordo-me, ainda,
que, na área de português, dentre tantas outras figuras que pontificam naquela
Escola, do Prof. Cardoso, figura ilustre; do hoje Delegado do Ministério de
Educação, Airton Vargas, também da área de português; e sempre junto a estes
estava o Prof. Romeu Ritter dos Reis. Em toda essa história, em toda a
trajetória desta faculdade, tive a honra de prestar algumas homenagens a essa
família que representa um legado em contribuição a educação, eu tive a honra de
designar a uma praça da Cidade de Porto Alegre com o nome do pai do fundador
desta faculdade, pastor Amador dos Reis, o Ver. Luiz Braz foi o autor desta
homenagem, que transformou Romeu Ritter dos Reis em Cidadão de Porto Alegre,
posto que nascido em Taquara.
Por que a Câmara Municipal de Porto Alegre homenagear uma faculdade que
tem a sua base em Canoas? Muito simples, porque essa faculdade está
profundamente arraigada a Cidade de Porto Alegre, ela não só é uma instituição
da região metropolitana, como é também uma instituição do nosso Estado, e hoje
se projeta em todo o nosso País, pela excelência de seu ensino, pela
qualificação do seu corpo técnico e pela preocupação permanente da construção
de uma biblioteca que representará muito para o jurídico. Eu adicionaria que
mais de 60% de seus alunos residem em Porto Alegre. Isso nos faz a reflexão
sobre a idéia do parlamento metropolitano, do fórum permanente da região
metropolitana que discutiria as questões da nossa região metropolitana onde a
faculdade Ritter dos Reis é uma instituição dessa região.
Uma homenagem especial à figura de Romeu Ritter dos Reis, idealizadora
e símbolo desta Casa, com que grande parte dos que aqui prestigiam esta Sessão
Solene, de , de professores que se fazem aqui presentes desta Instituição, no
curso dos anos viveram e participaram do convívio com este homem que era uma
figura ímpar no debate, na discussão, no terreno das idéias e no respeito e
princípio, que aqui de início sustentei, da liberdade das idéias. Lembro-me nos
inícios e nos receios, em que os debates e as discussões na sala dos
professores eram sempre vivas e calorosas com a presença desse homem, que foi
singular e representa o espírito da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, está
hoje presente em todos nós e projeta o sonho desta grande Universidade que a
Região Metropolitana, com certeza, terá nos próximos anos. Muito obrigado.
(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de retornar a Presidência dos trabalhos ao
Presidente da Casa, Ver. Isaac Ainhorn, desejo consignar a
presença entre nós do representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Dr. Luiz
Carlos Levenzon, e também de José
Itamar Nunes, Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito Ritter
dos Reis. Aos dois, solicitamos que se considerem integrantes dessa Mesa e
credores também das nossas homenagens. Transfiro a Presidência ao Ver. Isaac
Ainhorn.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn): A
Vera. Maria do Rosário está com a palavra, e fala em nome da Bancada do PT.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO
(Saúda os componentes da Mesa.): Quando a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto
Alegre decidiu encaminhar ao Plenário
da Casa uma lembrança, uma homenagem aos 25 anos da faculdade de Direito Ritter
dos Reis, prontamente a Câmara Municipal
de Porto Alegre aprovou esse chamado da nossa Mesa Diretora. Isso porque, todos
os Vereadores da Casa se pronunciaram naquele momento falando da disposição da
Cidade de Porto Alegre e da representação que somos dentro desta Casa, do
conjunto da Cidade de Porto Alegre, de abraçarmos neste dia, nesta época, uma
Faculdade que tem dado uma contribuição muito grande para a nossa Cidade, por
vários motivos, a formação profissional, uma Instituição de Educação, numa
época tão difícil de se levar adiante projetos, ideais, na área de educação; a
idéia da justiça que sempre está presente quando falamos numa instituição que
sempre está presente quando falamos numa instituição de ensino superior que
trata com a questão do Direito. Mas, de uma forma muito especial, de estar com
os Senhores e com as Senhoras, que justamente pelo fato da Faculdade de Direito
Ritter dos Reis, parte das Faculdades Integradas Ritter dos Reis estar
geograficamente colocada em Canoas, esse é um desafio à Câmara Municipal de
Porto Alegre. Desafio porque queremos, sim, agradecer a contribuição à formação
profissional aso cidadãos da nossa Cidade. Mas também porque todos nós queremos
afirmar para a Região Metropolitana e para o Estado todo que cada vez mais
somos um todo integrado e que as questões que dizem respeito a uma cidade da
Região Metropolitana dizem respeito a outra também.
A idéia do Parlamento, a idéia do planejamento, a idéia de políticas
que venham a favorecer de fato a nossa Região num todo e a articulação entre as
prefeitura e entre, também, os organismos que não são governos, os organismos
não-governamentais, é uma idéia sedutora nesta época em que vivemos. Uma época
em que tantas vezes nós falamos em mega globalização e que essa globalização
tantas vezes significa a desintegração daqueles que estão mais próximos
relacionados.
Ao contrário disso, o desafio que queremos assumir é o de buscarmos,
sim, uma integração cada vez maior, especialmente porque essas Faculdades
Integradas se encontram unificando, se encontram entrelaçando cidades que têm
problemas e que têm vida em comum. Não só problemas, mas vida em comum.
Uma população que daqui para lá, assim como de lá para cá, nos cursos
de educação, ou mesmo dentro do mercado de trabalho unificado, se coloca todo o tempo
de forma integrada.
Quero dizer a vocês, também, nesta minha fala, que o abraço da Câmara
Municipal de Porto Alegre, do Partido dos Trabalhadores, que eu represento, é o
abraço fraterno de quem quer apostar num futuro cada vez melhor, num futuro
brilhante, num futuro em que de fato nós estejamos nos cursos de nível superior
e, também, porque não, desde o primeiro grau, quando trabalhamos com a questão
da educação, discutindo, sim, a inserção de novas tecnologias, mas, em nenhum
momento, perdendo de vista que o fundamento da discussão é o discurso voltado
para a formação de um homem cada vez mais comprometido com o seu tempo e com as
transformações que são necessárias para que as pessoas vivam melhor. Custe isso
o que custar, a formação humana é superior a tudo.
Instituições do tipo das Faculdades Integradas, Ritter dos Reis,
especialmente neste aniversário de 25 Anos da Faculdade de Direito Ritter dos
Reis nos deixam absolutamente satisfeitos de podermos estar em contato com este
tipo de formação que trabalha com a dimensão humana, acima de tudo. Queremos,
também, desejar que isto permaneça, que mantenhamos, Sr. Presidente, cada vez
mais a nossa coerência. Aquela coerência que vem dos ideais, da gênese, que vem
dos motivos pelos quais esta instituição foi constituída. Quero abraçar cada
professor, cada estudante, cada funcionário e os Diretores, aqueles que, por
longo tempo, aqueles que, por mais curto tempo, aqueles que, temporariamente,
como os estudantes, por exemplo, passam por esta Faculdade e têm, dentro desta
Faculdade, um lugar de encontro, de encontro de ideais, de encontro de
esperança, um lugar de construção do conhecimento, também de ideais, também de
esperanças. Recebam o abraço carinhoso do Partido dos Trabalhadores e a certeza
de que podemos muito e muito trabalhar-mos juntos para que toda a nossa região
metropolitana tenha cada vez mais orgulho da sua integração. Muito obrigada,
parabéns a vocês!
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a
palavra.
O SR. LUIZ BRAZ: Senhor Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre Ver. Isaac Ainhorn. Não poderia deixar de fazer
menção a toda a Mesa, porque existem pessoas que são muito caras para mim, e
uma delas é o nosso Presidente da Câmara Municipal, que foi também o meu
professor de Direito Comercial na Faculdade Ritter dos Reis. Senhor
Diretor-Presidente das Faculdades Integradas Ritter dos Reis Dr. Flávio de
Almeida Reis, a quem tenho em alta conta por todo o trabalha que executa no
sentido de fazer com que não apenas a Faculdade de Direito Ritter dos Reis
possa ser uma das melhores faculdades deste País, mas como também todo esse
sistema integrado de ensino possa melhorar cada vez mais e oferecer cada vez
maiores oportunidades para todos os nossos jovens. Senhora Diretora da Faculdade
de Direito Ritter dos Reis Dra. Hélvia Krieger dos Reis, a quem temos um prazer
muito grande de tê-la hoje, nesta Casa, nós, que já tivemos da sua amizade
quando aluno da Faculdade. Exmo. Sr. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
Desembargador Tupinambá Nascimento. Não podemos jamais deixar de esquecer as
aulas deste professor. Acredito que todas as pessoas que travaram
relacionamento com esse homem naquela faculdade vão guardar esse nome eternamente para si, tanto pela
amizade que ele sempre demonstrou, quanto pela competência, sabedoria e
capacidade de poder transmitir os seus ensinamentos. Senhor representante do
Ser. Governador do Estado Dr. César Santolin: Exmo. Representante da Assembléia
Legislativa do Estado Dep. Estadual Divo do Canto, meu grande companheiro do
PTB, ex-Vereador da Casa, agora Deputado da Assembléia Legislativa; Senhor
Presidente do SINEP, Sindicato das Escolas Particulares do Rio Grande do Sul
Prof. Francisco Jardim; Major Érico Barcellos Camargo, representante do Comando-Geral
da Brigada Militar; e, agora, também, uma figura de proa da nossa OAB, o meu
querido professor Le Venzon, que também
foi um dos nossos mestres naquela faculdade, transmitindo seus conhecimento de
Direito Comercial, o que fez muito bem, e que também fez com que muitas pessoa
pudessem sair daquela Faculdade com um conhecimento muito grande. Poderia
nominar todos os professores que me são muito queridos, mas tenho medo de o
fazer e esquecer de alguém, e essa gafe acaba nos causando constrangimento. Logo, vou falar apenas em
um nome que representa muito para mim e para todas as pessoas que cursam a
Faculdade de Direito Ritter dos Reis: o Professor Romeu Ritter dos Reis. Esse
nome tem uma importância muito grande, entra na história da minha vida e, por isso,
faço questão de realçá-lo no meu pronunciamento, assim como fiz questão de
apresentar aqui, nesta Casa, uma homenagem ao Professor Romeu quando propusemos
um título de cidadania para que o Professor Ritter dos Reis pudesse ser
homenageado por toda a sociedade porto-alegrense que está representada aqui, na
nossa Câmara Municipal.
Quero contar uma pequena história sobre como conheci o Professor Ritter
dos Reis e que dá a dimensão real deste amor que tenho por este nome que é consagrado em todo o nosso País. Fiz o
curso de Jornalismo na PUC, mas o grande sonho da minha vida era poder ser
advogado. Já estava com 35 anos e não conseguia realizar esse sonho, porque os
compromissos assumidos não me permitiam cursar a Faculdade de Direito, e
comecei a pensar na possibilidade de reingresso em alguma faculdade. Quando
entrei em contato com o Dr. Romeu, ele me propôs fazer o vestibular. Eu tinha
medo de fazer vestibular, pois como já era conhecido aqui na região, eu falei:
vou tentar fazer o vestibular; e se eu não me sair bem? “Na minha imaginação,
todos ficariam sabendo do meu fracasso na tentativa da realização do meu grande
sonho, que era a Faculdade de Direito. Mas, com seriedade, aquele homem me
encarou e me propôs a coisa mais lógica para quem quer entrar numa faculdade:
fazer o vestibular. E eu fiz, orientado por aquele homem que sempre me
demonstrou amizade. Quando peguei a relação dos candidatos do vestibular, vi
que estava em 13º lugar, e sem nenhuma proteção. Tinha sido porque, num
determinado momento, alguém me transmitiu uma energia tão grande que me levou a
fazer todos os esforços para eu atingir aquilo que eu queria.
E uma das correções que ele fazia sempre nos nossos encontros – uma
coisa que eu devo estar cometendo agora – era para que eu não chiasse, pois eu
estava no Rio Grande do Sul e não em outra cidade. E eu sabia que aquela
vigilância só me faria crescer. Então, eu quero, hoje, resumir esta homenagem
neste corpo docente maravilhoso da Faculdade Ritter dos Reis; aos meus colegas
da Faculdade Ritter dos Reis; àqueles que agora estão cursando essa faculdade,
que eu acredito que seja a melhor faculdade do Brasil, porque lá eu aprendi
muito e conheci pessoas que se transformaram em grandes líderes, exatamente
cursando a Ritter dos Reis; e uma homenagem muito sincera a este nome que tem
que ser sempre lembrado por todos nós que militamos nesta área do Direito, que
é o Professor Romeu Ritter dos Reis. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença da
Professora Alice Polachini, Diretora da Faculdade de Educação Ritter dos Reis.
Também a presença da Professora Eneida Kruger dos Reis, Vice-Diretora da
Faculdade de Direito Ritter dos Reis.
Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol, que fala em nome das Bancadas do
PFL e PPB.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sra. Hévila
Krieger dos Reis, Diretora da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, nossa
homenageada de honra; Exmo. Sr. Presidente do Tribunal Regional Eleitoral
Desembargador Tupinambá Nascimento, cuja presença nesta tarde nos permite,
publicamente, cumprimentá-lo pela lisura do pleito que presidiu no Rio Grande,
no último dia 03 de outubro, especialmente com a revolucionária introdução do
voto eletrônico no pleito em Porto Alegre, Pelotas e Canoas. Meus cumprimentos,
que penso ser de toda a Casa Legislativa, porque, sabidamente, os nossos
pretórios especializados buscam exatamente aquilo que todos nós buscamos; a
verdade eleitoral – única forma de se expressar a democracia. Ilustre
representante do Sr. Governador do Estado, meu jovem amigo César Santolin;
idêntica forma o representante da Assembléias do Estado Dep. Divo do Canto, meu
particular amigo, meu companheiro de atuação comunitária e convivência no
Conselho Municipal; do Plano Diretor,
com quem eu não tive a aventura de ter
o convívio permanente aqui, nesta casa, como de resto tiveram outros,
que foram contemplados com a feliz circunstância de com ele conviver por dois
anos até que o eleitorado sábio do Rio grande o promovesse à condição de
representante gaúcho na Assembléia Legislativa do Estado. Ilustre Sr.
Presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Rio Grande do Sul Professor
Francisco Jardim; caro amigo Major Érico Barcellos Camargo, representando,
nesta ato, o Comando-Geral da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul;
ilustre representante da OAB, Secção do Rio Grande do Sul, Dr. Luiz Carlos
Lorenzon; jovem dirigente do diretório Acadêmico da Faculdade de Direito Ritter
dos Reis José Itamar Dunit; e, permitam-me, agora, uma saudação especial ao meu
companheiro de atuação política, ex-Vereador desta Casa, meu fraterno amigo
Frederico Otávio Domingues Barbosa.
Ontem quando fui solicitado a inscrever um representante da nossa
Bancada nesta solenidade que hoje se realiza, concomitantemente eu recebi uma
inquisição, por parte do Ver. João Dib, sobre os nossos vínculos com a
faculdade Ritter dos Reis. Disse a ele, evidentemente, que sendo advogado
diplomado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul há 27
anos, estando hoje festejando a Faculdade Ritter dos Reis os seus 25 anos, os
meus vínculos eram de conhecimento, sem dela ter tido o privilégio, que outros
tantos tiveram aqui nesta Casa, de participar como aluno ou como professor, mas
tinha a absoluta convicção de que se tratava de uma instituição muito séria,
onde – com toda a segurança – se ministrava um ensino de qualidade, porque
conheci, como professor do meu querido Colégio Dom João Becker, a figura do
Professor Romeu Ritter dos Reis, meu professor de Português, que ensinou a este
matuto, que veio lá de Quaraí, que “necessidade” é uma palavra que se escreve
com dois esses e que alguém que era candidato à Presidência do Grêmio
Estudantil Dom João Becker não podia, de forma nenhuma, cometer esse equívoco
na prova de Português. Conhecendo o caráter exigente do Professor Romeu Ritter
dos Reis, o caráter seletivo, que não lhe tirava a condição de afável, eu
disse, ao Ver. João Antônio Dib, que sabia que esta Instituição que ia ser
homenageada pelo Legislativo de Porto Alegre tinha, nas sua raízes, um
fundamento, uma pré-disposição de faze-la, Vereador, não a melhor faculdade do
Brasil, mas uma faculdade modelo nos seus propósitos e nas suas intenções. Sei
que hoje, Ver. Luiz Braz, o vereador Presidente da Casa vai dispensar a campainha
e vai ser mais tolerante comigo, eu, que fui tão tolerante com ele, e vai-me
permitir que, sem o brilho dos meus antecessores, também promova, em nome do
meu Partido, o Partido da Frente Liberal, e o Partido Progressista Brasileiro,
do Ver. João Antônio Dib, do Ver. Pedro Américo Leal, as nossas homenagens, os
nossos aplausos a essa Instituição de
ensino superior que, tendo nascido da inspiração desse ilustre riograndense,
Romeu Ritter dos Reis, seguramente só poderia chegar aos 25 anos de idade, aos
25 anos de atividade, ao jubileu de prata, com o respeito da sociedade
riograndense, pois Romeu Ritter dos Reis não se disporia a organizar uma
instituição de ensino se não fosse para levar avante aquelas idéias que sempre
sustentou.
Tive para com seus pais, especialmente para com o Professor Ritter dos
Reis muito respeito, muito carinho. Sei que ele era um Professor disciplinado,
exigente, poderia dizer até duro, implacável no seu julgamento, mas
comprometido com a idéia da justiça, absolutamente comprometido com a idéia do
reconhecimento daquele que, aproveitando, como eu tive a satisfação de
aproveitar, os bons ensinamentos que ele me transmitiu, se qualificasse a
merecer a aprovação final naquelas jornadas maravilhosos que desenvolvíamos no
Colégio Dom João Becker, todos nós estudantes noturnos, já meio maduros, que
não havíamos perdido a oportunidade de estudar na idade própria e que
buscávamos, naquela escola pública, a possibilidade de nos credenciarmos a
continuar e chegar, mais tarde, a cursar uma faculdade e nos credenciarmos a
atuar objetivamente na vida da sociedade de Porto Alegre e do Rio Grande. Eu
tive esse privilégio, fui aluno do Professor Romeu Ritter dos Reis. E alguns
anos depois de ter sido seu aluno, no início da década de sessenta, e quando já
mourejava, com o Frederico Barbosa, lá na Pontifícia Universidade Católica, nos
dois cursos, o curso de Direito e de Ciências Sociais, lembro-me bem de ter
sido convocado pelo hoje Deputado Federal por Santa Catarina, o então
Presidente do Diretório Nacional de Estudantes, Gouveia da Costa, para um
seminário de reforma do ensino que se desenvolveu na cidade de Caxias. Na
ocasião, - quero fazer esse registro até para assinalar a importância da
instituição que hoje homenageamos -, eu lá fui, junto com o Senador José
Antônio Fogaça de Medeiros, que era meu colega de bancas acadêmicas, e lá
propusemos o que para nós era uma revolução: uma tese segundo a qual a
universidade brasileira tinha que se adaptar às condições do meio em que estava
inserida. Discutia-se, naquela ocasião, se a universidade deveria se
transformar num centro de formação profissional ou num centro de pesquisa ou em
ambas as coisas, acrescida da circunstância de ser o laboratório das idéias
sociais do seu tempo.
Hoje, quando se discute, inclusive como crítica, que o Brasil corre o
risco de se transformar num País de doutores, porque inexiste formação
profissional intermediária, eu quero dizer que o que precisamos, no Brasil,
agora e sempre, não é a quantidade de oferta de ensino, e sim a qualidade. Por
isso, e por saber que na Faculdade Ritter dos Reis procura-se oferecer um
ensino de qualidade, que credencia
aqueles que ali vão buscar o conhecimento a se inserirem no contexto do
mercado de trabalho, de ser útil à sociedade, é que venho hoje, aqui, de alma
lavada, tranqüilamente, homenagear essa instituição que só poderia chegar hoje,
aos 25 anos, da forma que chegou: forte, respeitável, credenciada e, sobretudo,
reconhecida como uma modelar instituição de ensino superior que a credencia a se
inserir, Ver. Luiz Braz, V. Exa. que é ex-aluno dessa Faculdade, entre as
melhores deste território brasileiro, eis que nascida da solidez doutrinária de
um homem que dedicou a sua vida à educação e que foi na realização do seu
sonho, peculiar e, sobretudo, feliz por ter criado a Faculdade e o Instituto
Educacional que hoje homenageamos. Meus cumprimentos aos seus filhos que hoje
aqui se encontram continuando o trabalho do pai, meu cumprimento àqueles que
tiveram o privilégio de ser partícipe dessa obra, como professores e alunos.
Meus cumprimentos, finalmente, à sociedade do Rio Grande que pode dizer em alto
e bom tom: lá, no Rio Grande do Sul, na cidade de Canoas, tem uma faculdade que
é orgulho a todos os gaúchos e essa Faculdade é a Ritter dos Reis. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença da
Sra. Nanci dos Reis, vice-Diretora da Faculdade de Educação Ritter dos Reis. O
Ver. Antônio Hohlfeldt, que falará em nome do seu partido, o PSDB, está com a palavra.
O SR. ANTÔNIO HOHLFELDT
(Saúda os componentes da Mesa.): Me permito acrescentar tantos outros nomes que
poderia aqui, a Professora Jane Besteti, com quem tenho um carinho muito grande
e que tenho muito prazer em encontrá-la nesta tarde. Vinte e cinco anos da
Ritter dos Reis é também os 25 anos da Faculdade de Direito onde iniciou essa
instituição. Nesses 25 anos é bom que se lembre aquele contexto do final dos
anos 60 com o que então se chamava o famigerado acordo MEC – Usaid, dizíamos
nós, os estudantes da época, que se pretendia a massificação da educação
brasileira, a intervenção do modelo norte-americano, proliferação de cursos
universitários e faculdades que transformariam essa coisa sagrada, que é a
educação, num comércio vil e todos aqueles discursos que acompanhamos que,
talvez, em boa parte, tinham um fundo de razão. Mas no decorrer desses 25 anos,
30 e poucos anos desse processo todo, alguns daqueles projetos se diferenciaram
dos demais, mostraram que não eram oportunistas e mostraram, sobretudo, que ao
se constituírem numa empresa particular, privada, utilizando como moto de crescimento a transmissão de ensino
e de educação, isso não significou necessariamente que fosse aquela idéia
básica da educação vilipendiada, diminuída, traída ou simplesmente
marginalizada. Isso nós podemos provar de várias maneiras. Mas, pelo menos duas
estão muito claras neste Plenário: é a presença de todos vocês que estão
integrados a este projeto e que refletem um dos dois lados da concretização de
uma escola que não é apenas um prédio, não é apenas um conjunto de
equipamentos, de salas, mas é sobretudo o conjunto dos professores que fazem a
escola. O outro são alguns dos alunos,
dentre os quais, pelo menos, o Ver. Braz. Não fui aluno da Ritter dos Reis,
talvez até por casualidade, eu já estava encaminhado para outro campo; mas,
tenho tido o prazer de inúmeras vezes visitar a Faculdade para, às vezes,
debater com os alunos. Muitas vezes para me encontrar com antigos colegas da
Unisinos, sobretudo no campo da arquitetura que algumas vezes me tem convidado
para retornar ao curso de Arquitetura que está lá instalado, aliás,
magnificamente instalado no alto do morro, num prédio, onde eu gostaria de
estar dando aula, pelas condições ambientais, realmente, a gente se sente de
uma certa maneira num primeiro mundo, coisa que é rara, em geral, nos nossos
cursos universitários.
Outro aspecto que acho importante nós pensarmos é que os cursos
universitários que conseguem chegar no estágio que hoje tem a Ritter dos Reis,
não só a Faculdade de Direito, mas todo esse conjunto que daí se originou, de
uma certa maneira vence um desafio que é fantástico, se nós considerarmos a
história da educação universitária brasileira. Toda a história do Brasil é
claramente contrária ao desenvolvimento do estudo universitário. Basta
lembrarmos que enquanto o modelo de colonização espanhol optou pela cooptação,
exatamente através do ensino superior, dentre outros modelos, e criou-se ainda
no século 16, na Universidade do México, na Universidade do Peru ou no hoje
bairro de Lima que é Caiau, o Brasil basicamente teve a sua primeira
universidade no início desse século de maneira absolutamente artificial, porque
tinha que atender a um reclamo das relações internacionais: dar um título de
Honoris Causa a um visitante nobre, já que o nosso Imperador havia recebido um
título semelhante num outro País, no País de origem daquele visitante. Assim se
inventou uma universidade de papel; portanto, a história da instituição
universitária brasileira é extremamente jovem, não tem um século na verdade.
Dentre os cursos superiores, os de maior tradição são exatamente os de Direito,
assim como em Portugal. O desdobramento de outros cursos, como a Ritter dos
Reis nos apresenta hoje, é o melhor atestado de que havia seriedade,
conseqüência e não apenas oportunismo. Num dos tantos projetos viabilizados, a
partir daquele modelo de 1965, que se concretizou a partir de 1971, mas que,
sobretudo, concretizou-se na construção pedra a pedra, na criação curso a
curso, no crescimento aluno a aluno, foi a Ritter dos Reis.
Gostaria de dizer, como representante do PSDB, que, no momento em que
as universidades particulares estão sofrendo mais um desafio por parte do
Governo Federal (Faço questão de tocar nesse assunto, pois não estamos distantes
do problema.), no momento em que a CAPES anunciou a todas as universidades os
cortes dos repasses das chamadas taxas de matrículas que são, geralmente,
utilizadas para pesquisa, que tanto eu, na condição da Liderança do PSDB aqui
na Câmara, quanto o Dep. Vidal, na Assembléia Legislativa, oficiamos e enviamos
um documento ao Ministro da Educação protestando contra essa decisão da CAPES
que foi profundamente corporativista e
que não interessa ao processo da educação brasileira. Dividir entre universidade
privadas e pública é um estágio há muito ultrapassado e que deve ser
ultrapassado no Brasil. Inúmeras universidades no Rio Grande do Sul tem
mostrado isso com muita clareza. A qualidade de pesquisa e, sobretudo, o
preparo do corpo docente tem sido muito mais cuidada na educação particular,
sobretudo no campo universitário, por isso mesmo não justificam as
discriminações. No momento em que venho, em nome do PSDB, trazer a palavra
pessoal minha de homenagem a Faculdade Ritter dos Reis, palavra do partido que
responde pelo Governo Federal, deixo aqui registrado que nós do PSDB não
estamos de acordo com essa decisão, o que motivou uma reunião em Brasília, no
início desta semana, em que várias universidades buscaram revogar essa decisão
. É fundamental termos o apoio à educação particular, com a cobrança da
qualidade, isso vale para a PUC, para Ulbra, para Unisinos, Ritter dos Reis e
todas as demais faculdades. Se temos falta de tradição do curso universitário,
se nós temos, de vez em quando, uma pedra no caminho na vida cotidiana, ganha
maior ênfase o festejo de ¼ de século da Ritter dos Reis.
Com todo o carinho, com toda alegria fiz questão de estar aqui
presente, não só na condição de vereador, mas como professor universitário que
reconhece nessa instituição um espaço importante na formação cultural e
educacional na Cidade e no Estado.
Parabéns, que tenhamos outros 25 anos, no mínimo, para festejar no
século XXI. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Neste momento oferecemos à Faculdade Ritter dos
Reis, para integrar o acervo de sua Biblioteca, uma obra de poesias, cujo
título é “Porto Alegre à Beira e do Rio e em Meu Coração”. Os autores dessa
obra é o poeta Luiz Coronel e Luiz de Miranda.
(Faz-se a entrega da obra.)
O Sr. Flávio D’ Almeida está com a palavra.
O SR. FLÁVIO D’ALMEIDA: Excelentíssimo Sr. Dr.
Isaac Ainhorn. M.D. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Mestre de
nossa faculdade; prezado Secretário, Ver. Reginaldo Pujol, que belas palavras
trouxe para nos emocionar nesta Sessão Solene; Srs. Vereadores, líderes
representantes de bancada e que, de maneira tão amável, transmitiram essa
mensagem de parabenização pelos 25 anos da faculdade Ritter dos Reis; Sra.
Diretora da Faculdade, Dra. Hélvia Kruger dos Reis, Digníssimo Desembargador,
Dr. Tupinambá Nascimento, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, de
magnífica atuação neste pleito que ainda está se realizando; o Sr.
Representante do Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Dr. César Santolin;
Sr. Representante da Assembléia Legislativa do nosso Estado, Dep. Estadual Divo
do Canto, prezado amigo, professor, líder das escolas particulares gaúchas,
companheiro de diretoria, Presidente do SINEP, Prof. Francisco Jardim; Major
Érico Barcellos Camargo, M.D.. Representante da nossa brioza Brigada Militar do
nosso Estado. Devo referir com o desejo de referir a todos que aqui estão, a
presença do Representante da Ordem dos Advogados do Brasil, Prof. e Dr. Luiz
Carlos Levenzon e também, pelos alunos, o aluno José Itamar Pereira Nunes,
Presidente do Diretório Acadêmico de Direito Osvaldo Opitz; Senhores e
Senhoras; Diretores e Diretoras; Coordenadores; Chefes de Departamentos,
presentes nesta solenidade; funcionários dedicados que aqui também se
encontram; alunos da Instituição Ritter dos Reis, que aqui trazem a sua
presença e a sua homenagem; amigos da família Ritter dos Reis, familiares;
pessoas que compõem este seleto auditório, nessa ocasião tão importante, em que
esses 25 anos estão sendo rememorados.
A emoção é intensa. O sentimento é de enorme proporção. Vejo alguma
dificuldade até de prosseguir com essas palavras, tendo em vista as pessoas que
me antecederam, os tribunos, mestres em oratória, que trouxeram uma homenagem
que não foi algo superficial. Percebemos desde a primeira palavra desta Sessão que havia, realmente, um espírito de
grande sinceridade em cada manifestação que aqui ocorreu, prezado Sr.
Presidente.
Devemos complementar essas manifestações. Acredito que a melhor maneira
de encaminhar esse encerramento era trazendo uma palavra de agradecimento a
todos àqueles que aqui estão por terem comparecido a esta Sessão Solene que foi
uma proposição da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
Devo lembrar, neste momento, mais uma vez, como já o fizeram àqueles
que falaram anteriormente, a figura do professor Romeu Ritter dos Reis. Meu
pai, que nos idos do final da década de 1950, tendo retornado de São Paulo,
desejoso de estar na terra natal, no Estado gaúcho, iniciou a sua atividade de
Advogado e de Professor em nossa Capital. Imediatamente foi chamado a
participar de vários Colégios em nossa cidade, o Colégio Estadual Júlio de
Castilhos, o Colégio Estadual Dom João Becker.
Em convívio com os jovens estudantes daqueles dias, estava trabalhando em sua mente um ideal maior que, nos primeiros momentos, não conseguiu expressar a todos nós que o acompanhávamos. Tendo como sua primeira formação o Curso de Teologia, viu que era preciso descortinar outros horizontes e foi para o Curso de Bacharelado em Direito, quando atuava no Paraná como Missionário da Igreja Adventista do 7º Dia. Indo trabalhar em São Paulo, concluiu o Curso de letras da Universidade de São Paulo. E ali estava uma das características principais da sua personalidade, o professor que iniciou a sua carreira aos 20 anos e seguiu até o dia do seu falecimento. Concluiu, logo em seguida, tendo iniciado em São Paulo, na PUC do Rio Grande do Sul o Curso de Pedagogia. Estava se preparando uma personalidade que poderíamos esperar dela alguma coisa diferente. Fez posteriormente, ainda o Curso de Administração. E, também, na área de pós-graduação, finalmente dotorou-se em Direito. Comparado pela Universidade de Strasburger. Este homem, para traçar o caminho dos seus alunos, daqueles que receberiam a sua influência, primeiramente preparou-se de uma maneira muito sólida. Tinha vastíssima biblioteca, não apenas de livros que ficavam lado a lado nas prateleiras, mas a maioria dos livros da sua biblioteca foram lidos e relidos por ele, não somente isso, não uma leitura rápida mas uma reflexão sobre os conteúdos recebidos através da leitura. Assim, com essa estrutura de personalidade, estava ali a situação ideal para a propositura de alguma coisa que seus alunos reclamavam. As duas universidades de Porto Alegre, - UFRGS e PUC -, atendiam a Capital, o interior do Estado e Santa Catarina, e não havia vagas para a maior parte dos interessados. Ele atuava com os terceiros anos do segundo ciclo e percebia o desânimo daqueles candidatos ao curso superior que não viam possibilidade de cursar uma faculdade. Isso foi criando, naquela personalidade, esse ideal de amparar, de trabalhar com grande intensidade para criar novas vagas no ensino superior do Rio Grande do Sul, inicialmente nas Faculdades Porto-Alegrense, os cursos da Faculdade de Educação, e depois os cursos na área de Administração e Ciências Contábeis. Foi chamado a colaborar em Taquara. Está lá, implantada, uma instituição de terceiro grau na Cidade. Em Torres, a mesma coisa. Em outros lugares a sua influência se fez como algo muito importante para o desenvolvimento desse ideal. Mas o seu anseio era ter uma estrutura onde ele pudesse, de uma maneira mais ampla, direcionar os seus alunos e seus professores para os ideais que ele sedimentou através desse longo preparo.
No dia 18 de outubro de 1971, foi criada a primeira faculdade do grupo
Ritter dos Reis: a Faculdade de Direito, em Canoas, porque ele também lecionou
lá, em colégios estaduais. E naquela circunstância de ter todas as boas idéias,
ter os melhores planos, mas faltava recursos, e o Prefeito da ocasião, que vai
ser Prefeito pela quinta vez a partir de primeiro de janeiro Hugo Simões
Lagranha, o convidou: “Canoas está esperando pela tua participação”. Com o
apoio da Prefeitura Municipal e das entidades, especialmente do Centro
Educacional La Salle, no Centro de Canoas, foi então implantada primeira Escola
Superior da Região Metropolitana. Pretendia que essa estrutura se desenvolvesse
em Canoas, mas logo em seguida outras estruturas ali surgiram e o espaço ficou
pequeno e, com isso, Porto Alegre foi também alvo da sua preocupação, e hoje o
complexo de faculdades que está funcionando e que pretende ser incrementado
está muito mais direcionado para Porto Alegre onde, no Alto Teresópolis,
naquela bonita paisagem, funciona a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo que
completa este ano vinte anos, Ver. Arquiteto Clóvis Ilgenfritz, e também a mais
nova unidade, a Faculdade de Educação, Ciências e Letras já partindo para o seu
quinto ano de existência.
Aquelas idéias que foram transmitidas pelo meu pai Prof. Romeu Ritter
dos Reis a um grupo da família e de colegas, colaboradores, professores até
hoje atuando, estão sendo seguidas com muito rigor; aqueles princípios
basilares da instituição permanecem sendo atendidos pelo grupo que deu
continuidade ao trabalho. Evidentemente que carecemos daquele brilhantismo
pessoal, daquele carisma da sua personalidade, mas tínhamos convicção de que as
suas boas idéias já estavam conhecidas e, apesar da ausência, teriam condições
de serem implementadas. Com isso, ao completarmos os vinte e cinco anos na data
de amanhã e ao recebermos esta homenagem tão carinhosa, tão afetiva da Câmara
Municipal de Porto Alegre, estamos convictos de que estamos dando continuidade
a todos os planos e todos os sonhos do fundador: o serviço de assistência
judiciária gratuita, o estágio
supervisionado, a comunidade de Canoas atendida pelos estudantes acompanhados
por professores, as disciplinas inovadoras do currículo, como o Direito
Agrário, que não existia quando essa faculdade foi criada; o MERCOSUL, as
disciplinas de Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado,
Legislação do Comércio Exterior e Direito Comercial Internacional. É a
faculdade de Direito acompanhando os rumos da sociedade, o momento atual e
amparando os seus alunos nas suas necessidades de atuação no mercado
profissional.
Hoje, está funcionando o primeiro curso pós-graduação da faculdade de
Direito. Um curso que honra a nossa instituição, pelo corpo docente de Mestres
e Doutores, pela resposta ao chamamento que fizemos à comunidade, oferecendo 45
vagas, com dúvidas se seriam preenchidas, e hoje temos lotação completa, com
grande número de candidatos que não pudemos aproveitar nesta primeira turma. E
assim outros planos que estão dando continuidade ao ideal do professor Ritter
dos Reis. À definição que temos para esta semana de comemorações, qualidade de
ensino e compromisso social, segundo as palavras do nosso fundador, um bom
advogado, realmente comprometido com a problemática social, é o que se deseja
antes de tudo. Foi o externar desta idéia que sempre guiou a escola até o seu
falecimento e que permanece sendo a luz que ilumina o nosso proceder.
Devemos, também, agradecer a Deus pela oportunidade que deu ao fundador
e que dá a nós de participamos de um projeto que estamos sentindo nesta semana,
a sua amplitude. Eu confesso, antes desta semana de outubro tinha dificuldades
de entender a largueza e grandeza deste projeto que foi iniciado em 1971. Hoje,
eu percebo como a comunidade respeita, como a comunidade se sente inserida no
processo de evoluir dessa Instituição. E como é bom sentir que este trabalho
está tendo reflexo. O esforço que é feito for alunos, professores e diretores
encontra, na sociedade porto-alegrense, canoense, da Região Metropolitana, um
eco, uma resposta favorável. O nosso agradecimento a Deus por esta inspiração,
pela iluminação que nos deu para avançarmos neste plano. A nossa palavra final
é de garantir que vamos prosseguir neste trabalho, vamos avançar naquilo que
foi o alicerce da Instituição e está tendo continuidade neste momento, e
esperamos, nos próximos anos, fazer com que cada vez mais este complexo
universitário tenha, da parte de todos vocês, esta resposta tão favorável, quer
lecionando, quer dirigindo, quer estudando, quer participando, como membros da
comunidade, das iniciativas que planejamos e divulgamos. Que possamos avançar e
agora iniciar o 26º ano com esses mesmos propósitos, agradecendo a todos pela
grande participação, pela colaboração que nos deram até este momento, e vamos,
sempre, através de nossa atitude, através de nosso exemplo seguir o legado, que
foi o exemplo deixado pelo Professor e Doutor Romeu Ritter dos Reis. Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Mais uma vez, antes de
encerrarmos esta Sessão Especial que homenageou os vinte e cinco anos de
fundação da Faculdade de Direito Ritter dos Reis, queremos reiterar nosso
agradecimento pela presença de todas as autoridades, dos representantes da
direção desta Instituição, os professores, alunos e funcionários que aqui
vieram abrilhantar e prestigiar esta Casa com a sua presença. Muito obrigado a
todos.
Estão encerrados os trabalhos. (Palmas.)
(Encerra-se a Sessão às 18h52min.)
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